Mémoire plantée está sendo montada. A escultura inédita é composta por um pedaço de tronco retirado do jardim da muralha de Avignon, gentilmente cedido pelo jardineiro, e esparadrapo. A artista negra se apropria da paisagem que a cerca e a narra como testemunho de memórias cotidianas.
A mente muitas vezes vagueia sem dar-se conta de que cada prédio, cada árvore é testemunha silenciosa de acontecimentos que jamais voltarão. Árvores são monumentos vivos da natureza, que na sua magnitude nos coloca em xeque. No Brasil, infelizmente, a maior Floresta Tropical “Amazônia” está em perigo devido a ganância dos grandes latifundiários. A sua função de testemunha da fauna que inclui o homem corre grande risco de ser extinta. O desmatamento avança de forma avassaladora sem nenhuma preocupação. O que sobra são rastros e troncos perdidos pelos campos devastados.
A reparação dessa destruição não se dará sem denúncias, atos e lutas. Mémoire plantée perpassa pela Amazônia que necessita muito mais que esparadrapos para sua reconstrução, servindo de um grito de alerta como atitude de quem se importa e precisa refletir sobre tamanho drama.