Realizada na Église des Célestin (Avignon, França) no Parcours de l’Art , a performance Suppliques (Suplicas) foi idealizada para a Exposição “Liberté : la trouver, la perdre ?”, tema do 27° Festival de Arte Contemporânea do Parcours de l’Art. Nessa performance, estou envolto em arame farpado quando o público me descobre. Espero que venha me liberar com os alicates e as luvas de proteção que estão à sua disposição. Não digo nada, espero sua compaixão, chamo a sua alteridade.
Um vídeo mostra a performance.
O tema sobre a Liberdade é sugestivo para o momento atual em que vivemos com uma pandemia mundial que nos privou de circularmos por um tempo, com guerras e grandes migrações de refugiados das mesmas ou de regimes autoritários, ou mesmo de uma câmera ativa por 24 horas que nos vigia sem percebermos. Tudo isso me fez refletir. A minha liberdade passa pela manutenção da liberdade do outro.
O ato de ser livre é uma luta diária individual e coletiva. Dentro da perspectiva de discutir a liberdade, o uso do arame farpado rivaliza com a ideia de conquistá-la, já que foi amplamente utilizado para cercá-la. Ficam os questionamentos: Até que ponto me relaciono e luto pela liberdade do outro a fim de sermos todos livres? Até que ponto eu me importo com a liberdade do outro ao meu redor? Se o meu direito se inicia quando o seu termina, como posso ignorar a liberdade do outro? Com isso continuo pensando: o que tenho feito para garantir a minha, a sua, a nossa liberdade?